quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

a chave mestra.



  
Eu não posso tomar a direção dos teus olhos e mostrar a essência de olhar. Você mantém os olhos abertos, mas não enxerga, não consegue ver, talvez não queira. O direito é todo seu de se manter no oculto atrás de tantas portas fechadas, das quais você mesmo decidiu quebrar as chaves. Mas sempre há uma chave mestra, da qual abre todas as portas. Onde ela se encontra? No intimo dos devaneios algo me tira a respiração. O som de portas se fechando, o batimento acelerado, os pés apressados. Como último pedido um grito interior que seria capaz de desfalecer a alma, mas ao contrario disso me traz entendimento de quão tentador é ser assim. De como ouvir e entender vai alem de quem ouve. Estar aqui e não enxergar. Mais um suspiro e eu fecho os olhos e os abro novamente continuando o ritmo e percebo o que ainda não havia entendido, havia mais de mim em mim mesma, como se uma porção de sabedoria e entendimento estivesse escondida atrás de uma das portas. A porção exata de tamanho dom e de admiração. Não é para ser entendido, essa questão vai além da incógnita, do ponto de interrogação, do que não tem resposta, pense o que for impossível. Isso vai além da compreensão de quem somente olha. É divino e tentador, poderia ser uma maldição, mas se fosse não traria entendimento somente perturbação. Foi além do que se pode imaginar e cada dia mais essa porção de mim mesma aumenta. Mais um gole, cada vez mais suave, como um vinho bem fermentado, bem feito. Um gole, é só um gole. Mas experimente. Você pode descobrir o novo. O inesperado, que não é tão inesperado assim para Aquele que já sabe. Para Quem te deu tamanha oportunidade. Olhe, veja e enxergue na medida certa do que é necessário. Psicótica. São tantas de mim mesma que quase sempre me esqueço de que sou eu quem decide quem deve viver ou morrer. Eu tenho o dom de criar e destruir, mas depende de quem eu sou no momento, do que eu quero inventar e acreditar. Será seguro destrancar as portas e deixar o que há oculto ganhar vida? Eu não me lembro do que há em mim mesma, atrás de tantas portas. Porque quando as fiz não me lembro de quem eu era no momento...

O que você vê, somente você vê. Não tem que ser explicado, não deve ser compartilhado, é a sua porção de você mesmo, quer você goste ou não. O segredo quando é segredo não é contado e sim alimentado, fica perdido entre tantos de você, mas a boca não o cospe como se estivesse te sufocando, tirando a respiração. Quem deve entender o desconhecido é você. Você tem o dom de dar a vida e a morte, você o criou, não o deixe ganhar vida própria e manipular o que você não está olhando. Como eu disse não deve ser entendido, compartilhado ou explicado, é a sua porção de você e não tente me entender, apenas experimente enxergar.!  

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